30.12.07
28.12.07
crisis lifesaver
It had been over a year since we last saw each other (at your birthday party, remember?) and talked eye-to-eye.
(I know) There has always been some unfinished business between us two, leading nowhere (my bet), since we first met (years ago) at a cosy dinner party in London. Even then, despite sitting next to your ex we could not but please each other's eyes... remember? (others did notice)
Two Fire Horses entertaining each other's "mental palate".
Common friends thought (and did tell me) that we should marry our fortunes together but I was never convinced.
You are a fine descendant of one of the noblest (and heroic) English families (ever) also with respectful connections to Portugal - and that (for one) should have suffised. But it didn't. 'Any Other Woman' would have jumped to the opportunity. Not Me.
However, I was always struck by your blue eyes... and above all by your impressive manners and gentleness towards me. You also have a quaint mix of a tender male voice with a brit stiff upper lip always showering me with the right words... and baring in mind that I am a Romantic Venusian in its truest sense...
Late night, I was having a hell of a crisis. Big Time. Worsened by the fact that a (supposed to be) lighthouse was switched off (for me). My phone rang. And out of the blue there you were - as if by magic.
We talked lightly, season's small talk.
Still you insisted in knowing how was I doing (abroad). And it poured out. Open heartly.
YOU listened and made your well thought remarks (as usual). And as if guiding me out of a storm into a safe harbour, YOU healed my distraught emotional state of being and recomposed my train of thoughts in a more orderly way.
And I stood (tearfully) still, acknowledging your precious input (and approving of it).
Then there was a long mutual silence followed by a smile on my lips (that you were unable to see). I closed my eyes and was indeed grateful to YOU.
YOU finally broke that silence and suggested we should talk about all of this and more (you added) over a meal and a glass of wine.
"Do come back to England (arrojaste) and when you do, please do let me know. Maybe we should get together and talk eye-to-eye... When do you forsee your return? When shall I expect you (back)?"
"Don't" (murmurei eu a custo) (julgo que nem ouviste).
And yet, in that precise moment I felt as if we were indeed Man & Wife for the duration of a (long distance) phonecall...
nostalgia
Não te via há mais de 20 anos. Tivera nesses tempos uma paixonite platónica por ti. Idolaterava-te. Porque eras um bálsamo para o meu olhar. Observava-te, discretamente, com um enorme prazer, durante horas a fio (aqui confesso). Mas nem deves ter reparado. Absorto no teu violino, tocavas de uma forma que me dislumbrava, horas a fio (repito)...
No entanto, não foste tu quem namorisquei mas sim o outro 1º Violinista: o que sempre competia contigo e com esse teu virtuosismo. O outro era o génio (que era mesmo) genial (noutras áreas) e por isso me cativou (durando apenas o que era possível durar).
Por estes dias fui-te ouvir de novo na sala de concertos de minha predileção em Lisboa. Voltei a ver-te, falámos enfim depois de tanta vida passada. Fizeste-te um Homem Lindo. Não conviveramos então e não nos voltaremos a ver tão depressa (julgo) mas (quero que enfim saibas que) para mim sempre foste e serás o 1º Violinista meu preferido.
a rosa
Caminhava aconchegada na minha capa preta com uma rosa bordeaux pregada ao peito.
Subiamos a avenida juntos e conversavamos sobre tudo o que consideravamos pertinentemente importante. Passavam por nós pessoas que desciam a avenida, quiçá em direcção ao rio, àquela hora tardia. Passou por nós alguém que dias antes se tinha cruzado comigo num outro qualquer cocktail nocturno. Reparara então e agora de novo. Passos mais à frente dei por falta da rosa. Voltei atrás e percorri minuciosamente o chão do passeio da avenida: em vão, perdera aquela flôr. Lamentei. Há anos que adorava aquela flôr, agora perdida. Paciência.
Dias depois descia uma outra avenida. Avistei aquela mesma cabeça que de novo se cruzava comigo. Subia e eu descia, pelo mesmo passeio. Quando nos cruzassemos tinha intenção de também cruzar seu olhar. Abrandei o passo. Ao aproximarmo-nos não pude deixar de reparar: trazia na lapela de seu sobretudo uma rosa bordeaux.
Viu-me. Reconheceu-me. Fitou-me de frente e sorriu-me.
Estavamos agora equidistantes e eu incrédula exclamei: "Essa flôr é minha. Perdia!"
Pôs de imediato a mão sobre o peito, protegendo-a com a sua mão masculina, e olhos nos olhos respondeu-me baixinho: "A-g-o-r-a é m-i-n-h-a!"
Dei de imediato um passo para trás.
Certamente que se referia à flôr.
Ficámos assim. Quites no meio da rua.
22.12.07
SPIRIT OF THE SEASON
Vozes Saudosas. Rostos Diferentes.
Olhares Ainda Profundos.
Meiguices. Sorrisos. Algumas Lágrimas.
Histórias. Palavras Soltas. Tantas Memórias.
Gestos de Carinho. Mãos Dadas com Ternura. Silêncios.
Recordações. E mais histórias. Também à lareira.
Almas Repletas de Emoções Fortes.
Blessings of Peace & Quietude from the Heart of Lisbon
ready or nor
The Pagan celebration of Winter Solstice is one of the oldest winter celebrations in the world.
It falls on the shortest day of the year and was celebrated long before the arrival of Christianity. The Druids (Celtic priests) would cut the mistletoe that grew on the oak tree and give it as a blessing. It was also the Druids who began the tradition of the yule log. The Celts thought that the sun stood still for twelve days in the middle of winter and during this time a log was lit to conquer the darkness, banish evil spirits and bring luck for the coming year. Many of these customs are still followed today and have been incorporated into the Christian and secular celebrations of Christmas.
18.12.07
another silly test (?)
Sophisticated and discriminating, you set your standards high when out hunting for love. Trendy new hot spots are probably your typical habitat — though any place you can find sleek, beautiful mates is good in your book. Your confidence and charm will certainly get your partner purring. And whether it's your bold patterns or the stealthy way you pounce, there's just something people can't resist about you.
Labels: silly tests?
17.12.07
Cenas de Natal no Teatrinho do Infantário...
Os pequerruchos já estão todos alinhados no palco. Está prestes a começar o tão esperado espéctaculo por todos os paizinhos, avozinhos et al. Ao reconhecerem os seus rebentos/parentes ambas as partes acenam, excitados de alegria. Bonito, sim senhor. Começam então a cantarolar, em côro lindinho. Há familiares que continuam a chegar (testemunhados por todos os já presentes). Findo o primeiro cântico natalício, pausa, e ouve-se uma vozinha algures camuflada no meio do côro: "Oh Pai, só agora é que chegaste? A Mãe está toda lixada à tua espera!!"
CENA 2:
A peça de Natal a decorrer e todos os adultos se esforçam por não perder uma só palavrinha do que é dito em palco. Os Reis Magos, os Pastorinhos e a Família Sagrada estão lá todos, cada um representando o seu papel. Nisto ouve-se um estalo vindo do estábulo, seguido por um choro, e uma outra vozinha: "Oh Mãããeeee, ela chamou-me burrinho!!"
CENA 3:
O Menino Jesus farta-se de estar deitado nas palhinhas e senta-se. Um dos Reis Magos faz com que ele se deite de novo. O Menino Jesus farta-se de estar deitado nas palhinhas e senta-se. O tal Rei Mago faz com que ele se deite de novo. Ri-me. O Menino Jesus farta-se de estar deitado nas palhinhas e senta-se. Aquele Rei Mago faz com que ele se deite de novo. Faço um esforço para não me voltar a rir. Pausa. O Menino Jesus farta-se de estar deitado nas palhinhas e senta-se. Antes que o mesmíssimo Rei Mago tivesse tempo para o fazer deitar de novo, o Menino Jesus levanta-se, poisa a coroazinha, e "amanda um pêro" nesse Rei Mago. Não sustenho uma gargalhada. Caos em palco, vejo o Menino Jesus a ser levado à força, esperneando, para fora de palco, expulso do quadro natalício. O Rei Mago fica, com a peruca pendurada para o lado, a cumprir o seu papel. O teatrinho continua, agora sem Menino Jesus. Caiem-me caudais de lágrimas de riso pela face abaixo. Adorei a estreia.
15.12.07
14.12.07
o nosso contacto
(...) "Na vastidão do Espaço e do Tempo, é um privilégio partilhar contigo este momento da nossa existência, aqui e agora" - que é também a sua dedicatória impressa num livro que (quero que saibas) me é particularmente intímo.
Bem Hajas de novo!
E correcção:
O privilégio é mútuo pois entre nós não há longe nem distâncias: à escala do que vivemos e acreditamos, somos já vizinhos próximos! ;-)
guru's night
Recebi um email do Luxemburgo a informar que viria a Lisboa um dos poucos ocidentais qualificados como Lama e Professor de meditação na tradição budista Karma Kagyu e que em 1969 fôra um dos primeiros alunos ocidentais de Sua Santidade o Décimo Sexto Gyalwa Karmapa.
Hmmmm.... fui até lá. A sala reservada num hotel moderno contrastava com o visual da afluência. Mas sala repleta. De estrangeiros. Portugueses eram essencialmente os da comissão organizadora local. E os que vendiam bilhetes. Encontrei 2 alemães meus conhecidos, que me apresentaram a outros dinamarqueses, que me apresentaram a outros holandeses... e por aí fora. Falávamos animadamente em grupo no corredor central quando (de costas) me apercebi que se aproximava uma comitiva.
Voltei-me de repente... and our eyes were locked.
Parou de imediato e eu permaneci imóvel.
O nosso olhar não se quebrou.
No que devem ter sido uns meros minutos para todos,
passou uma eternidade.
Estáticos, entreolhavamo-nos penetrantemente.
Não sei se alguém mais se apercebeu do que se estava a passar (entre e através de nós). Ali mesmo. Na presença de tudo e de todos, sem cerimónias ou pudôr algum.
Passado "todo esse tempo", baixou os olhos e prosseguiu por uma ala lateral naquele seu passo desengonçado.
Nunca tinha parado e desviado um Lama (no (seu) caminho).
Permaneci imóvel, agora muda e surda também. Sustive gradualmente a respiração. Fixei o olhar no último ponto onde o perdera de vista e esperei que todos entrassem na sala. Quando o hall ficou vazio respirei fundo de novo. Aproximei-me também eu da sala, mas sabia que "depois daquilo" estava exausta, necessitada de recuperar energias. Reparei na quantia que cobravam pela entrada, e ainda mais pelo jantar. Vergonhoso. E lembro de ter pensado "para esse peditório não contribuo!" Olhei em volta, por igual montante e mais uns trocos preferi adquirir os escritos. Sentei-me num dos confortáveis sofás, descalcei os sapatos citadinos e comecei a ler ao som do burburinho de arrumadelas de cadeiras que se ouvia "da sala". Desliguei. Lia.
Percebi que já comecara a palestrar... mas continuei a ler, confortavelmente sentada no sofá, e com os pés felizes. Eis quando uma das portas dessa sala se abre, espreita a sua cabeça e pisca-me o olho com cumplicidade, deixando propositadamente a porta entreaberta... para que eu o pudesse ouvir melhor. Percebi. Sorri-lhe de volta, de olhos cerrados. Foi o nosso último flash da noite.
Change of frame:
Emiscuiu-se o antagónico de palavras e gestos com que 'aqueloutro' presenteara o que os Céus (pela 2a. vez) nos haviam reservado e quiçá cruzado num "feliz acaso de vida"... Quanto azedume de boca e desagradibilidade masculina gratuita... (lembrei)(suspirei)(lamentei).
Encolhi os ombros, guardei os papirus, levantei-me e subi ao último piso do hotel. Percorri corredores à toa. Deparei com a suite. Parei. A porta não estava trancada e o espaço não estava a ser utilizado. Entrei. Fui até à janela ver a vista nocturna sob a cidade e, saciado esse prazer casuístico, saí.
Não deveria ter feito nada disto mas julgo que não vem daí grande mal ao mundo...
Já na rua decidi ir ao encontro de um outro orador dessa noite: um viajante de quem sou amiga de longa data. Vê-lo de novo foi uma alegria. Rodeado de sua acrescida família e de outros rostos que apesar da lonjura ainda me são familiares. E de novo nos abraçámos, mais falámos e rimos. Antes e depois das honras do evento.
Ouvi-lo desta vez foi uma revelação: foram as palavras mais importantes da noite. Discursava de improviso e não sei a quem dirigia, concretamente, a(s) mensagens(s).
Mas para mim fez muito sentido... Muito Sentido Mesmo.
Depois, apeteceu-me e fui a pé até a casa.
P-e-n-s-a-t-i-v-a-m-e-n-t-e...
into the light
(by Gerhardt Thompson)
13.12.07
11.12.07
há sempre um anjinho algures
Hoje refugiei-me aqui. Arrastei-me até aqui pois este é um dos meus locais eleitos e precisava mesmo de terminar um relatório. Ainda Sol, para meu espanto em Dezembro. Uma temperatura convidativa ao lazer mas não impeditiva ao labor minucioso. Corrigi N gráficos mas o meu olhar perdia-se também pela linha do horizonte a pensar "naqueloutro triste episódio"...
Notei que me observava discretamente... Perguntou-me se queria tomar mais alguma coisa. Pedi-lhe outro café mas retorqui de imediato que esquecesse. O que eu mais queria era deitar-me ao Sol, confessei-lhe "apologéticamente". Cortei ali a conversa e concentrei-me de novo no mundo laboral à escala do écrãn laptopiano. Percebeu que eu não estava bem...
Precisava de fazer mais uma chamada internacional mas o crédito do meu telemóvel já não permitia. Tentei fazer um top-up via the net. wireless, slow downloading... para enfim ler "Estimado Cliente, lamentamos mas de momento não nos será possível aceder à sua conta. Tentaremos ser breves. Por favor tente mais tarde". Fª*@!* boringly typical. Pensei: SKYPE, good old SKYPE! Mas busy number... Desisti.
Reparei então que tinha agora posto uma única cadeira para "banhos-de-Sol" na esplanada. Tentei disfarçar, mas apressei a fechar tudo para ir-me deitar ao comprido na extensa cadeira. Disfarçou que não tinha reparado na minha reacção instintiva.
Olhei demoradamente o rio promiscuindo-se pelo mar a dentro. Fechei os olhos. Adormeci de imediato (julgo). Acordei ao sentir a minha "cama de rodas" a ser empurrada para um outro ângulo: pôr-do-Sol. Sorri-lhe descansada, mais grata ainda quando avistei a mesinha que me esperava com um mazagrin (que eu não pedira). Perante o meu espanto esclareceu: "era o que sempre pedia quando aqui vinha no Verão, lembra-se?". Silenciei o seu gesto, e educadamente afastou-se.
Mais tarde pedi-lhe um cigarro. Trouxe-me uma cigarrilha e um whisky para si. Pediu-me licença para se sentar um pouco. Sentou-se numa cadeira confortável e falámos de viagens que cada um já fez ou imagina ainda vir a fazer. Acabou a bebida e disse-me: "adorei viajar consigo - espero que goste da música de fundo que vou agora pôr no bar". Adorei tudo o que selecionou; lamentei nada reconhecer...
À saída paguei a despesa e agradeci a amabilidade confortante. Perguntei-lhe também pela autoria de tudo o que ouvira musicalmente. Respondeu informativamente, faixa a faixa. "Tudo genuínamente português" (acrescentou com um sorriso de gozo).
10.12.07
9.12.07
wireless 2 NY
isto é tuuuudo tãããão pequenino....
"(...) não dá mais para viver um sentimento sem sentido,
eu preciso descobrir a emoção de estar contigo,
ver o Sol amanhecer e a vida acontecer,
como um dia de domingo...(...)"
olhava o mar, não muito longe dali, com todas as cores luzidias que de um prateado ao azul esmeralda espelhava para eu ver. e aquela água toda passava, impermanentemente, trazendo e levando barquinhos enquanto ali me deixei estar, angustiada.
desceram-me à Terra, com toda a sapiência que só uma Alma Amiga consegue ter. um belo café-brunch fez o resto, salvando o dia.
(just sharing)
Tocando em Frente
8.12.07
7.12.07
kabbalah
Esse foi porventura o dia do teu funeral. Um funeral que imaginei.
Jazias ali caído, morto ou não. Não fiz por ter a certeza.
Teu corpo inerte, de bruços na terra. Aquela cabeça branca que reconheci de imediato, com teu rosto escondido que não voltei a ver.
Não sei se morreste (mesmo), mas sei que fui eu que te aniquilei.
Enfim sós, mais ninguém presente, todo mundo ausente.
Uma neblina tétrica, mórbida, and still so... gemütlich...
Não te rezei um terço. Lembrei a lista das minhas mediocridades.
"O pior trauma do mundo não pode causar o maior nem o menor arranhão no Ser" (Deepak Chopra)
As you know, justice is my middle name... (comecei eu)
e perdoar também é fazer justiça (interiorizei).
Foras capaz de tamanhas injúrias e judiarias.
Perdoei-te porque me esqueci que existes.
Fez-se justiça. Eis que se fez Luz!
Grata por teres feito de mim especialista no perdão.
Há no cérebro humano uma fotocopiadora que se ocupa ad nauseum em recopiar (para não perder) todas as provas que temos acumuladas, e detemos, para não esquecer, nem perdoar, o mal que nos fizeram.
Mas deixei de querer ter quaisquer mais razões para justificar os meus actos (contra ti).
Deixei de te ter como um demónio, a tentar dominar minha mente.
Podes passar por mim na rua que não te reconhecerei.
Sentirei apenas o fantasma gélido do que já foste.
Quem foi que disse "Nunca levantes a mão aos teus inimigos pois serão os teus maiores Mestres" ?