7.12.07

kabbalah


Esse foi porventura o dia do teu funeral. Um funeral que imaginei.
Jazias ali caído, morto ou não. Não fiz por ter a certeza.
Teu corpo inerte, de bruços na terra. Aquela cabeça branca que reconheci de imediato, com teu rosto escondido que não voltei a ver.
Não sei se morreste (mesmo), mas sei que fui eu que te aniquilei.

Enfim sós, mais ninguém presente, todo mundo ausente.
Uma neblina tétrica, mórbida, and still so... gemütlich...
Não te rezei um terço. Lembrei a lista das minhas mediocridades.
"O pior trauma do mundo não pode causar o maior nem o menor arranhão no Ser" (Deepak Chopra)

As you know, justice is my middle name... (comecei eu)
e perdoar também é fazer justiça (interiorizei).
Foras capaz de tamanhas injúrias e judiarias.
Perdoei-te porque me esqueci que existes.
Fez-se justiça. Eis que se fez Luz!
Grata por teres feito de mim especialista no perdão.

Há no cérebro humano uma fotocopiadora que se ocupa ad nauseum em recopiar (para não perder) todas as provas que temos acumuladas, e detemos, para não esquecer, nem perdoar, o mal que nos fizeram.
Mas deixei de querer ter quaisquer mais razões para justificar os meus actos (contra ti).
Deixei de te ter como um demónio, a tentar dominar minha mente.

Podes passar por mim na rua que não te reconhecerei.
Sentirei apenas o fantasma gélido do que já foste.

Quem foi que disse "Nunca levantes a mão aos teus inimigos pois serão os teus maiores Mestres" ?