3.5.08

Panorâmica Nobilíssima


Entramos em casa da Senhora Condessa sem quaisquer cerimónias. Percebi logo quão verdadeiramente amigos são. Fomos recebidos por todos com genuína simpatia e extrema cortesia. Estavam-nos reservados dois dos mais ilustres assentos. Agradecia com o olhar. Sentamo-nos por fim.

Terminou a sessão. Passou noite. Antes de nos despedirmos, fugiu súbitamente fazendo-me sinal para o seguir por um dos corredores fora. Segui-o, como sempre faço.
Quando o avistei abria os ferralhos de uma portada, afastando os longos e pesados cortinados. Interroguei-me se ele saberia o que estava para ali a fazer. Nem me respondeu... sorriu apenas, como sempre faz.
Abriram-se as portadas. Diante de nós um jardim elevado para o qual me convidou a passar. Prossigo até ao magestoso varandim e ao luar... dislumbro a mais bela vista nocturna sob o Tejo e que jamais esquecerei!
Comovida procuro por ele. Ao meu lado, não olhava o Tejo, olhava para mim, para a minha reação. Agarrei-me a si (tão grata por tudo). De novo tão fortemente abraçados, sussurrou-me ao ouvido: Bem Hajas Tu ! Há mais de vinte anos que não encontrava uma força energética do teu calibre....
Fortemente abraçados, ficamos assim até se me enxugarem as lágrimas.