Circular Pessoana
Esclarecimento sobre as calúnias à família de Fernando Pessoa
Em Outubro de 2007, três estrangeiros, um colombiano – Jerónimo Pizarro, um argentino – Patrício Ferrari e um alemão – Stephan Dix, desejando fazer trabalhos sobre F.P. e sabendo da conhecida disponibilidade dos herdeiros, com o objectivo de fazerem a respectiva análise pediram para ver qualquer documentação ainda na minha posse, Manuela Nogueira, e de seu irmão, Luís Miguel. Assim começou o caso que se tornou numa difamação à família de Fernando Pessoa
Convenceram-nos que seria ideal digitalizarem os documentos que ainda tínhamos em nosso poder. Assim, não teríamos de continuar a ser incomodados por outros estudiosos ou mesmo, curiosos. A documentação ficaria disponibilizada online.
Nós concordámos. Devido à nossa idade avançada e ao inconveniente que seria deixar esta pesada herança a nossos filhos, parecia bom a digitalização que facilitava o acesso a todos os estudiosos.
O investigador J.Pizarro prometeu entregar à família de F.P. DVD`s do material digitalizado e, com o nosso acordo, fornecer também cópias à Biblioteca Nacional.
Infelizmente nada ficou escrito. Acreditámos nesta boa intenção, tendo presente que outros investigadores já tinham procurado nessa documentação residual elementos para os seus trabalhos sem levantarem problemas.
Assim, durante quase um mês, estiveram em nossas casas com uma equipa alargada a digitalizar documentos, livros, etc.
Pizarro buscava material para as suas investigações pessoais e para o grupo da Edição Crítica, ao qual estava ligado; Ferrari tinha como alvo a sua tese sobre “A Biblioteca de Fernando Pessoa”.
Até aqui parecia que tudo se processava normalmente. Só que, a ânsia de notoriedade destes arrivistas, fez com que começassem a dar a jornalistas notícias constantes do que faziam e a veicularem a ideia que afinal a família do poeta sonegara bastante material no passado.
Sem conhecimento dos dois contratos firmados entre a família o Estado e a Câmara Municipal de Lisboa, propalaram, com má fé, uma história difamatória.
A comunicação social rejubilou com esta insinuação reles e mal contada. Havia material para uma guerra. Guerra que fazia o nome dos “arrivistas” aparecer com relevo e vender jornais.
Anteriormente, sem grande enfoque, tinha sido promovido pela família um leilão em Fevereiro de 2007 onde a B.N. adquiriu duas peças de interesse para aí ficarem depositadas. Como se sabe o Estado tem sempre direito de opção.
Quando o 2º leilão foi programado para Novembro de 2008, e com a digitalização já acabada, rebentou a bomba maior. O respectivo catálogo já estava há algum tempo na Internet, mas o Estado apenas 20 dias antes procurou saber sobre o material que ia a leilão e convocou a família. Debaixo de pressão pela falta de tempo, conseguiu-se uma sintonia entre o Ministro da Cultura e a família e foi assinado um documento para que ficasse bem explícito que o Estado podia exercer o direito de opção.
A digitalização ter sido feita já não era agora essencial para os estrangeiros. Tinham dado apenas um DVD à família, apesar de instados para darem a totalidade, como prometido. Veio também a saber-se que não tinham fornecido à B.N., como combinado, os DVD´s que ficariam à disposição de todos os interessados.
Em consequência da sua actuação nos jornais (Diário de Notícias, Público, Expresso. Correio da Manhã) fomos difamados.
Depois de várias tentativas saiu um esclarecimento da família no Expresso, embora a carta saísse truncada. Também houve uma entrevista a Manuela Nogueira no Diário de Notícias, expressamente pedida pelo Director deste jornal, onde houve uma explicação dos factos. Seguiram-se duas curtíssimas entrevistas dadas à TVI e SIC que não tiveram horário acessível e a principal sobre este assunto, não passou.
FACTOS CONCRETOS:
Em finais de 1978 os herdeiros de Fernando Pessoa, seus três irmãos (só Henriqueta Madalena teve dois descendentes, Maria Manuela e Luís Miguel), venderam ao Estado o conteúdo da arca onde Fernando Pessoa deixara em grandes envelopes a obra que arrumara. Esse conteúdo foi durante mais dedois anos objecto de estudos e classificação por um grupo de três funcionárias do Ministério da Educação que todas as tardes se deslocavam a casa de Henriqueta Madalena.
Depois de negociação esse espólio – que continha os originais da obra de F.P e dos seus heterónimos – foi vendido ao Estado por um preço exíguo (esses originais têm hoje um valor incalculável). Ficou na B.N. Do espólio saiu praticamente a totalidade da obra do poeta – alvo de traduções em 35 idiomas – e inúmeros trabalhos de estudiosos, tudo para benefício do público, de autores, editores e livreiros.
Em finais de 1988 a Câmara Municipal de Lisboa comprou à família dois lotes de livros que o poeta deixara em duas estantes. No contrato que a família conserva diz: uma estante com livros encadernados 327 e outra com 777 livros. Não existe no contrato a palavra Biblioteca nem qualquer referência a revistas.
A família vendeu o que foi objecto de um contrato e não tudo que, na altura, a irmã do poeta pudesse possuir relativo ao irmão.
Os “abusadores da confiança da família” acusam-nos de ter conservado património que não devíamos já possuir. E, cúmulo, que levámos a leilão uma capa rasgada de um livro, com palavras escritas pelo poeta, e que eles descobriram que pertencia a um livro que está na Casa Fernando Pessoa.
Patrício Ferrari, por ter digitalizado os livros na Casa Fernando Pessoa reconheceu essa capa no catálogo do espólio que ia a leilão e avisou a Câmara que pressurosamente enviou no momento do leilão uma Providência Cautelar em nosso nome, para impedir que o leilão se efectuasse.
O documento não vinha devidamente comprovado pelo tribunal e o leilão continuou, embora prejudicasse fortemente a família e a Leiloeira.
Teria bastado um contacto telefónico feito pela Câmara ou Directora da Casa Fernando Pessoa, que estava bem informada do assunto, para que a dita capa fosse imediatamente retirada e não entrasse no leilão. O caso seria logo aclarado.
Quiseram fazer chicana, sabotar o leilão, e colocar mal a família. Infelizmente, com a ajuda dos média mal informados, conseguiram.
O que provavelmente aconteceu na altura da embalagem dos livros em casa da irmã do poeta foi que, talvez por negligência ou ignorância, os embaladores deixassem a capa rasgada. A irmã do poeta, com o cuidado que sempre teve com o espólio, guardou essa peça meia destruída junto a outros documentos do irmão. Mais tarde quando recebemos esse espólio residual a “capinha” foi a leilão sem poder saber que pertencia a um livro vendido à Câmara há 20 anos!!!
Assim foi a família publicamente acusada de estar a vender documentos por uma segunda vez.
Até na TVE já passou uma peça sobre esta farsa ridícula que começou a circular por todo o lado. De facto os arrivistas, mal intencionados, encontraram em Portugal bom terreno para espalhar com má fé esta ignomínia. Portugal adora dar voz a estrangeiros e difamar os seus conterrâneos. Felizmente há muitos estrangeiros dignos de todo o respeito a viver no nosso país.
EIS OS FACTOS que podem ser documentados. Parece que a Câmara perdeu os contratos e actuou baseada apenas pela informação veiculada pelos “estudiosos” e confirmada pela Directora da CASA FERNANDO PESSOA.
Posteriormente veio uma notícia dizendo que não havia provas para a Providência Cautelar. Sem relevo, sem pedido de desculpa.
“NÃO SE DEVE ADMITIR O USO DE CALÚNIAS POR FALTA DE INFORMAÇÂO”
Maria Manuela Nogueira Rosa Dias Murteira
e
Luís Miguel Nogueira Rosa Dias
Lisboa, Janeiro de 2009
Convenceram-nos que seria ideal digitalizarem os documentos que ainda tínhamos em nosso poder. Assim, não teríamos de continuar a ser incomodados por outros estudiosos ou mesmo, curiosos. A documentação ficaria disponibilizada online.
Nós concordámos. Devido à nossa idade avançada e ao inconveniente que seria deixar esta pesada herança a nossos filhos, parecia bom a digitalização que facilitava o acesso a todos os estudiosos.
O investigador J.Pizarro prometeu entregar à família de F.P. DVD`s do material digitalizado e, com o nosso acordo, fornecer também cópias à Biblioteca Nacional.
Infelizmente nada ficou escrito. Acreditámos nesta boa intenção, tendo presente que outros investigadores já tinham procurado nessa documentação residual elementos para os seus trabalhos sem levantarem problemas.
Assim, durante quase um mês, estiveram em nossas casas com uma equipa alargada a digitalizar documentos, livros, etc.
Pizarro buscava material para as suas investigações pessoais e para o grupo da Edição Crítica, ao qual estava ligado; Ferrari tinha como alvo a sua tese sobre “A Biblioteca de Fernando Pessoa”.
Até aqui parecia que tudo se processava normalmente. Só que, a ânsia de notoriedade destes arrivistas, fez com que começassem a dar a jornalistas notícias constantes do que faziam e a veicularem a ideia que afinal a família do poeta sonegara bastante material no passado.
Sem conhecimento dos dois contratos firmados entre a família o Estado e a Câmara Municipal de Lisboa, propalaram, com má fé, uma história difamatória.
A comunicação social rejubilou com esta insinuação reles e mal contada. Havia material para uma guerra. Guerra que fazia o nome dos “arrivistas” aparecer com relevo e vender jornais.
Anteriormente, sem grande enfoque, tinha sido promovido pela família um leilão em Fevereiro de 2007 onde a B.N. adquiriu duas peças de interesse para aí ficarem depositadas. Como se sabe o Estado tem sempre direito de opção.
Quando o 2º leilão foi programado para Novembro de 2008, e com a digitalização já acabada, rebentou a bomba maior. O respectivo catálogo já estava há algum tempo na Internet, mas o Estado apenas 20 dias antes procurou saber sobre o material que ia a leilão e convocou a família. Debaixo de pressão pela falta de tempo, conseguiu-se uma sintonia entre o Ministro da Cultura e a família e foi assinado um documento para que ficasse bem explícito que o Estado podia exercer o direito de opção.
A digitalização ter sido feita já não era agora essencial para os estrangeiros. Tinham dado apenas um DVD à família, apesar de instados para darem a totalidade, como prometido. Veio também a saber-se que não tinham fornecido à B.N., como combinado, os DVD´s que ficariam à disposição de todos os interessados.
Em consequência da sua actuação nos jornais (Diário de Notícias, Público, Expresso. Correio da Manhã) fomos difamados.
Depois de várias tentativas saiu um esclarecimento da família no Expresso, embora a carta saísse truncada. Também houve uma entrevista a Manuela Nogueira no Diário de Notícias, expressamente pedida pelo Director deste jornal, onde houve uma explicação dos factos. Seguiram-se duas curtíssimas entrevistas dadas à TVI e SIC que não tiveram horário acessível e a principal sobre este assunto, não passou.
FACTOS CONCRETOS:
Em finais de 1978 os herdeiros de Fernando Pessoa, seus três irmãos (só Henriqueta Madalena teve dois descendentes, Maria Manuela e Luís Miguel), venderam ao Estado o conteúdo da arca onde Fernando Pessoa deixara em grandes envelopes a obra que arrumara. Esse conteúdo foi durante mais dedois anos objecto de estudos e classificação por um grupo de três funcionárias do Ministério da Educação que todas as tardes se deslocavam a casa de Henriqueta Madalena.
Depois de negociação esse espólio – que continha os originais da obra de F.P e dos seus heterónimos – foi vendido ao Estado por um preço exíguo (esses originais têm hoje um valor incalculável). Ficou na B.N. Do espólio saiu praticamente a totalidade da obra do poeta – alvo de traduções em 35 idiomas – e inúmeros trabalhos de estudiosos, tudo para benefício do público, de autores, editores e livreiros.
Em finais de 1988 a Câmara Municipal de Lisboa comprou à família dois lotes de livros que o poeta deixara em duas estantes. No contrato que a família conserva diz: uma estante com livros encadernados 327 e outra com 777 livros. Não existe no contrato a palavra Biblioteca nem qualquer referência a revistas.
A família vendeu o que foi objecto de um contrato e não tudo que, na altura, a irmã do poeta pudesse possuir relativo ao irmão.
Os “abusadores da confiança da família” acusam-nos de ter conservado património que não devíamos já possuir. E, cúmulo, que levámos a leilão uma capa rasgada de um livro, com palavras escritas pelo poeta, e que eles descobriram que pertencia a um livro que está na Casa Fernando Pessoa.
Patrício Ferrari, por ter digitalizado os livros na Casa Fernando Pessoa reconheceu essa capa no catálogo do espólio que ia a leilão e avisou a Câmara que pressurosamente enviou no momento do leilão uma Providência Cautelar em nosso nome, para impedir que o leilão se efectuasse.
O documento não vinha devidamente comprovado pelo tribunal e o leilão continuou, embora prejudicasse fortemente a família e a Leiloeira.
Teria bastado um contacto telefónico feito pela Câmara ou Directora da Casa Fernando Pessoa, que estava bem informada do assunto, para que a dita capa fosse imediatamente retirada e não entrasse no leilão. O caso seria logo aclarado.
Quiseram fazer chicana, sabotar o leilão, e colocar mal a família. Infelizmente, com a ajuda dos média mal informados, conseguiram.
O que provavelmente aconteceu na altura da embalagem dos livros em casa da irmã do poeta foi que, talvez por negligência ou ignorância, os embaladores deixassem a capa rasgada. A irmã do poeta, com o cuidado que sempre teve com o espólio, guardou essa peça meia destruída junto a outros documentos do irmão. Mais tarde quando recebemos esse espólio residual a “capinha” foi a leilão sem poder saber que pertencia a um livro vendido à Câmara há 20 anos!!!
Assim foi a família publicamente acusada de estar a vender documentos por uma segunda vez.
Até na TVE já passou uma peça sobre esta farsa ridícula que começou a circular por todo o lado. De facto os arrivistas, mal intencionados, encontraram em Portugal bom terreno para espalhar com má fé esta ignomínia. Portugal adora dar voz a estrangeiros e difamar os seus conterrâneos. Felizmente há muitos estrangeiros dignos de todo o respeito a viver no nosso país.
EIS OS FACTOS que podem ser documentados. Parece que a Câmara perdeu os contratos e actuou baseada apenas pela informação veiculada pelos “estudiosos” e confirmada pela Directora da CASA FERNANDO PESSOA.
Posteriormente veio uma notícia dizendo que não havia provas para a Providência Cautelar. Sem relevo, sem pedido de desculpa.
“NÃO SE DEVE ADMITIR O USO DE CALÚNIAS POR FALTA DE INFORMAÇÂO”
Maria Manuela Nogueira Rosa Dias Murteira
e
Luís Miguel Nogueira Rosa Dias
Lisboa, Janeiro de 2009
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