12.5.08

spirit of fire horse


Jantavamos convivialmente à luz da vela, num bom restaurante da Madragoa. Tertúlia à mesa. Entrou. Traços finos, porte destinto. Olhamo-nos de imediato. Aproximou-se da nossa mesa. Poisei o garfo. Conhecia um dos meus amigos. Convidei-o a sentar-se connosco. Tirou o chapéu, desatou o lenço que trazia ao pescoço, puxou uma cadeira e forçou um lugar a meu lado. Todos os outros tiveram de reajustar seus lugares à mesa.

Apresentamo-nos. Falava eloquentemente e impressionava-me a sua correcção no trato (que dispensava quaisquer mais galanteios). Pediu ao empregado de mesa que lhe servisse o mesmíssimo que eu houvesse escolhido. Pasmei mas não reagi. Nem quando ousou servir-se de uma garfada de meu prato enquanto aguardava que chegasse o (seu) repasto.

Falava da Golegã e de seus cavalos (sua especialidade temática). Contou-nos tantas histórias sobre esses animais fabulosos. Escutava-o fascinada...
(horas depois) Confessei-lhe que sempre desejara andar a cavalo mas que nunca montara algum "por respeito mútuo".
Fitou-me com esses seus olhos tão azuis, e por uns instantes nada mais disse. Sorriu-me por fim.

Continuamos a falar com os meus amigos, agora seus convivas também.
Saimos tarde e a más horas do restaurante. À porta de sua casa despediu-se dizendo-me:
Tenho um Cavalo à sua altura. Quando quiser, apareça lá no picadeiro pois gostaria que pela minha mão montasse o seu primeiro Cavalo...
Os meus olhos brilharam (tenho a certeza) e respondi-lhe (piscando o olho): Kombinated !

(can hardly wait...)