29.9.07

O "Teatro Tália" no Palácio Farrobo

O Palácio Farrobo, mais conhecido por palácio das Laranjeiras, está edificado na Quinta com o mesmo nome, onde se instalou, em 1905, o Jardim Zoológico. A par do Palácio que ficou memorável na história elegante dos meados do século XIX, ergue-se, num dos lados do grande pátio quadrilátero, o famoso Teatro Tália, que data de 1820.

Aqui se estreou «Frei Luís de Sousa» de Almeida Garrett e subiram à cena 18 óperas entre 1834 e 1853. Óperas dos mais afamados compositores, tais como os maestros Jordani, António de Coppola e Ângelo Frondoni, que vieram para Lisboa quando o 1º Conde de Farrobo (meu sextAvô) era empresário do Teatro S. Carlos. Do último, que foi professor no Conservatório, chegou até nós o hino da «Maria da Fonte», que várias contrariedades lhe causou.

Rudimentar na sua primeira fase, o Teatro foi reedificado e iluminado a gás em 1842, o que constituiu uma grande inovação para a época e na capital.

A morte da rainha D.Maria II, que frequentava com regularidade a casa do Conde, veio interromper, por algum tempo, a vida social e artística do Palácio.

Em 1856 ainda foi reaberto o Teatro, com ópera italiana e comédias em português e francês. No entanto, a 9 de Setembro de 1862, um incêndio casual, motivado por descuido de uns operários, consumiu totalmente este pequeno templo de arte. A sua reconstrução já não se fez, pois a fortuna do Conde de Farrobo começava a dissipar-se.



O "Teatro Tália" (Teatro das Laranjeiras) é um edifício classificado de interesse público desde 1974 (Dec nº 735/74 DG 297 dd 21/12/1974)

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