5.9.07

lucidez frontal quanto baste

"Os diplomatas têm de representar no exterior a política do Estado e acabamos por nos aproximar de uma afirmação política no sentido mais nobre do termo, que é o da defesa do interesse nacional."
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"Alguns políticos têm vocação para a acção diplomática, mas a política não é a melhor escola para a diplomacia."
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"Infelizmente, há muito tempo, não há no MNE uma cultura organizacional que traduza uma forma disciplinada de funcionamento dos diplomatas portugueses. [...] Vivemos uma excessiva liberdade no modo como o diplomata português interpreta a afirmação da política externa portuguesa. O que permite alguma criatividade menos consentânea com o que o rigor imporia."
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"Há um problema estratégico sobre a língua portuguesa no mundo que temos de discutir. Temos de perder o sentido patrimonialista da língua. Se o português tem futuro esse futuro está no modo maioritário como ela é falada. E esse é o modo brasileiro de falar português. [...] Devemos olhar para o português como elemento de natureza estratégica no plano internacional. Brasil e Portugal têm de o encarar como elemento constitutivo da sua afirmação de poder no mundo."
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Francisco Seixas da Costa
Embaixador de Portugal no Brasil
Entrevista ao Diário Económico