29.9.07

Largo e Palácio do Barão de Quintella

O Largo Barão de Quintella era um espaço residual da cidade, uma zona aberta que funcionou, muito provavelmente, para a manobra de carruagens que se dirigiam ao Palácio do Barão de Quintella e Conde de Farrobo, situado mesmo em frente (Rua do Alecrim, n.º 57 a 72 ).

O Palácio, edificado pela família dos barões com o mesmo nome (com ligações ao monopólio do tabaco e à presidência da Junta de Comércio) é um exemplo da instalação da nova classe social emergente: a burguesia próxima de Pombal e que «dá o exemplo à nova cidade».

O Palácio Quintella foi mandado edificar por Luís Rebelo Quintella sobre as casas arruinadas pelo Terramoto que pertenceram aos Condes do Vimioso e Marqueses de Valença. Herdado pelo sobrinho Joaquim Pedro Quintella, 1º Barão de Quintella (meu septAvô), este ampliou o Palácio, conferindo-lhe a grandeza que apresenta.


Foi neste Palácio que se instalou Junot em 1807/1808, durante as Invasões Francesas. E é também aqui que se crê ter sido assinada a "Convenção de Sintra" durante a Guerra Peninsular.

Ao 1.º Barão, sucede seu filho (meu sextAvô), também ele de nome Joaquim Pedro Quintella, 2º. Barão de Quintella e 1.º Conde de Farrobo, que procedeu a vários e importantes melhoramentos no Palácio. Após a falência do Conde de Farrobo, é adquirido por Mendes Monteiro, e, posteriormente, herdado por António Carvalho Monteiro, o construtor da Quinta da Regaleira, em Sintra. Actualmente, funciona neste espaço o IADE, Instituto de Artes Visuais, Design e Marketing.

A produção do monumento a Eça de Queiroz, no Largo do Barão de Quintella, coube a António Teixeira Lopes (1866-1942) e foi inaugurado em 1903. Concebida de acordo com os modelos do romantismo, apresenta a figura do escritor, acompanhado por uma representação alegórica da "verdade", através duma figura feminina. Explicitando a intenção temática, a legenda inscrita refere-se à actividade literária do escritor e ao seu modo de expressão: "sobre a nudez da Verdade o manto diáfano da Fantasia".

O Largo, cujo arranjo data do século XIX, mostra que nunca foi bem resolvido o declive em que se situa. Ainda hoje, os bancos que se encontram na parte exterior da zona ajardinada «são um tanto marginais» para quem gostaria de usufruir do local de um modo mais agradável. Ao mesmo tempo, o Largo evoca os grandes desnivelamentos que foi preciso vencer para planear a cidade pós-terramoto.

Situados no Chiado, «que é um reflexo da vida que começa a esboçar-se em meados do século XVIII»: cafés, lojas, teatros, jornais, uma ópera (o actual Teatro Nacional de São Carlos) e restaurantes constituem o coração da vida social da cidade.

Fontes:
http://www.oasrs.org/
http://inlisboa.com/
http://revelarlx.cm-lisboa.pt/

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