22.3.06

AZARUXO


Resolvera impôr uma distância entre ambos, quiçá esclarecedora.

Mas durante mais de um mês que se seguiu silenciado,
por vezes diáriamente, por vezes mais espaçadamente,
religiosamente no horário em que outrora se telefonavam,
ouvia o telefone tocar mas optava por não atender.

Também nunca lhe deixavam mensagem,
pelo que assumiu "estar provado" de quem afinal se tratava.

E assim foi, por mais de um mês que se seguiu silenciado.

Nesse dia o telefone de novo tocou,
à mesma hora de sempre,
mas desta vez prontamente atendeu.

Era o Gestor de Conta Pessoal para falar sobre outros investimentos bancários possíveis...

Pausadamente replicou que o momento não era oportuno
e poisou o auscultador.

Azaruxo.

E ficou assim sem saber o que mais "presumir"
apesar do telefone ainda hoje tocar nesse mesmo horário,
registando apenas mensagem nenhuma.